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1- Alguma das muitas viagens que realizou contribuiu para o seu desenvolvimento como escritor?
Por finais de 1869 permaneci cerca de dois meses no oriente. Alexandria, Cairo, Port-Said, Palestina, foram alguns dos países que visitei, na companhia de meu amigo Resende, que me pediu que o acompanhasse para a inauguração do canal do Suez. Todo esse tempo que permaneci no oriente fez-me adquirir um gosto enorme pelas viagens e uma enorme oportunidade de exercitar a escrita. Também contribuiu fortemente para a minha formação cultural e para a escolha da minha futura carreira (na altura) como diplomata.
2- E essas viagens contribuíram ou influenciaram a descrição de alguns espaços nas obras que escreveu?
3- Quais os escritores que o influenciaram mais?
Tive, no início, influência de escritores românticos, como de Flaubert, Beaudelaire e Victor Hugo, Charles Dickens, Dostoievsky, Michelet e Melville. E após me ter ligado mais ao mundo da política, depois de algumas das minhas viagens (principalmente da minha viagem pelo Oriente), comecei a interessar-me por Zola, Tolstoi (entre outros), que são, como é óbvio, escritores realistas.
4- O que é que o levou a ser tão crítico?
5- Refere O Crime do Padre Amaro como a sua primeira obra realista. Onde o clero e a sua conduta são muito criticados. N' Os Maias, parece acontecer o mesmo, se bem que de uma maneira mais subtil. Pode-se dizer que o clero da actualidade está constantemente a ser desacreditado, criticado e satirizado por si. No entanto, nunca se declarou ateu nem adoptou nenhuma outra religião que não a cristã. Será que pode esclarecer o porquê?
6- Sem ser escrever, o que é que faz no tempo que tem livre?
Gosto de estar com a minha família, com amigos, jogar whist e bilhar, debater política e filosofia, e, é claro, viajar.
7- Em poucas palavras, será que consegue fazer um balanço da sua vida como português e escritor, até ao momento?
A minha ambição seria pintar a sociedade portuguesa tal qual a fez o Constitucionalismo desde 1830 e mostrar-lhe, como num espelho que triste país eles formam - eles e elas. É o meu fim nas “Cenas da Vida Portuguesa”. É necessário acutilar o mundo oficial, o mundo sentimental, o mundo literário, o mundo agrícola, o mundo supersticioso - e, com todo respeito pelas instituições de origem eterna, destruir as falsas interpretações e falsas realizações que lhe dá uma sociedade podre. Não lhe parece você que um tal trabalho é justo?
(em poucos dias estará também acessível a entrevista gravada em vídeo)
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